Onda de desligamentos em massa nas Startups. O que está acontecendo?

Após anos recordes de investimento e crescimento de startups no Brasil, o mercado começa a sofrer as consequências da crise global. As empresas anjo reduziram seus investimentos gerando insegurança para os novos empreendedores, estes por sua vez iniciaram reestruturações principalmente em seus quadros de pessoal, isto é, causando desligamentos em massa, levando-os a considerar alguns processos de desligamento que tem trazido polêmica em função da maneira que estão sendo feitos.

O sonho de trabalhar em uma startup que se tinha no começo, justamente por elas oferecerem expectativas altas de crescimento, acabou por se tornar um pesadelo para esses colaboradores. Como as startups são empresas imaturas, isto é, estão ainda em processo de estruturação, crescimento e consolidação de mercado, elas não possuem capital suficiente para segurar essas intempéries das crises, o que acaba por induzir o racionamento de pessoas para a empresa, ponto bastante polêmico nos dias de hoje. Indo de encontro a isso, esse olhar vai contra as propostas de valor que o recursos humanos pretende construir, sobretudo, nas startups.

Em geral, essas empresas embrionárias mostram um olhar de valorização das pessoas, mostram a transparência, o companheirismo e etc. Contudo, no primeiro vento desfavorável ao negócio, ocorre o oposto ao que elas dizem, isto é, o primeiro corte de gastos é refletido nos colaboradores. Então, até que ponto, de fato, o RH está trazendo novidade para a administração da empresa, através de um olhar diferente? Como o RH pode gerar a percepção de que existem outros pontos para serem modificados antes do quadro de funcionários diante de uma crise?

Antes de tudo, deve ser compreendido que trabalhar em uma startup é estar em uma posição de risco. Em segundo lugar é preciso fazer uma avaliação mais criteriosa de quem são os gestores, os líderes do negócio, quais são as propostas do trabalho e da empresa e entre outros pontos a serem ponderados. O ponto fundamental para isso é reconhecer a cultura organizacional e a cultura da startup. Em alguns casos ela pode refletir o caráter do líder, ou ainda não tem uma cultura ou valores formados. Contudo, refletir sobre esses aspectos pode dar um panorama de como será o tratamento da empresa com seus funcionários. Além do mais, essas empresas estão com sua cultura em formação, existe uma intenção de ter uma cultura organizacional.

Em relação aos desligamentos por meio de mensagens no celular, email, reuniões virtuais e etc, ou seja, de forma não humanizada, acaba por destruir totalmente essa intenção de construção de cultura. Assim, será mais difícil obter pessoas que queiram trabalhar nesta empresa, criando uma mancha na organização. Não quer dizer que a empresa não deve demitir funcionários, mas que essa demissão seja olho no olho, o mais humanizado possível. Sejam essas demissões por questões financeiras da organização ou pela necessidade de ajustes de estrutura de perfis e tudo mais.

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